Lentes polarizadas
- Elis Faustino
- 14 de nov. de 2024
- 1 min de leitura
São Paulo teria o privilégio de sustentar em seu céu um eclipse solar, mas justo neste dia amanheceu marrom. Em algum lugar uma floresta queimava, como se já não bastassem os escapamentos. Alguém liga o exaustor. A tarde deveria ser ensolarada. Perfeita para ver o anel de fogo do eclipse. No escritório ninguém parecia se importar. Nem com a fumaça na Terra. Nem com a dança do Sol e da Lua. Ninguém desmarcou reuniões. Não recebi e-mail convidando para se encontrar no pátio. Chegando lá, cadeiras de praia esparramadas. Distribuiriam sucos de uva. Lanches naturais. Bancada com frutinhas e queijos. Água saborizada com pepinos e limões sicilianos. O segurança do trabalho entregaria óculos apropriados. Eu poderia aliviar meus pés afundando os dedos no gramado. Falta muito para o alinhamento? Precisamos de uma música. Quem toca violão? Canta aquela dos Beatles, Here Comes the Sun.
Vejam, o céu está azul outra vez!





