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Clube de Leitura - O que estou lendo

Ninguém compareceu ao primeiro Clube de Leitura que organizei. Fiquei sentada no gramado sozinha no Parque Buenos Aires, em São Paulo, esperando quem confirmou presença no evento do Facebook chegar. Meia hora. Ninguém. O que mais me chateou foi que a ideia nem tinha partido de mim.


Na época estudava feminismo, sexualidade, raça e gênero pela PUC-SP. As amigas diziam que queriam ler o mesmo que eu. Queriam ser feministas. Propus a leitura de Simone de Beauvoir, O Segundo Sexo. Aceitaram na enquete do grupo fechado do Facebook. Poderíamos ter começado com Virginia Woolf, bell hooks, Betty Friedan, Chimamanda Ngozi Adichie.

"Não, Simone. Vamos de Simone," diziam.

"Certeza, meninas, tem mais de 900 páginas?"

"Ao menos o volume 1."


O desejo de ler mulheres ao lado de outras mulheres se esvaziou. Talvez fosse bobagem mesmo. Cada uma que seja feminista a sua maneira de acordo com sua própria realidade. Continuei meus estudos e prometi que não organizaria outro clube do livro.


"Sempre que me perguntam como cheguei a ser feminista,

digo que não me fiz feminista, sempre fui.

Desde criança.

E não por ter lido um livro. "

(Chimamanda Ngozi Adichie)


Quando o Me Too explodiu, vieram me pedir recomendação de livros sobre feminismo. "Tem Beauvoir, já leu?", dizia ácida. Peguei um amargor. Tratei meu ressentimento em outros Clubes de Leitura, como da Biblioteca Mário de Andrade, organizado pela Professora Jana. Presencial. Gratuito. Era muito difícil encontrar grupos para discutir sobre a leitura. Tomar um cafezinho. Fazer amizades. Trocar farpas. Eram raros os encontros literários.  


Aí veio a pandemia. Tudo virou online.


Se quiser tem Clube de Leitura toda semana. Já participei de encontros de livros na língua inglesa só pra praticar my english. Os assuntos são diversos. Categorias múltiplas. "Vai lá, dá um Google, tem um monte", dizia ainda ferida a quem insistia nessa ideia. 


Diante da minha recusa, a estratégia para me convencer foi diferente dessa vez. Como quem apenas puxa papo me perguntaram:

"O que você está lendo?"

"Minha professora de escrita Mayara Blasi comentou da poetista americana Eileen Myles. Fiquei curiosa para ler mais. Já ouviu falar? Chelsea Girls é um romance que conta sobre a cena contracultura dos Estados Unidos na década de setenta."

"Quero ler também. Vamos nos encontrar um dia para conversar sobre o livro?"


Assim caí na armadilha. Fiquei responsável em organizar um Clube de Leitura. E quer saber, eu vou ler de qualquer jeito porque já estava na minha programação, agora se alguém quiser conversar sobre a obra também, por que não? Talvez não seja um clube de leitura oficial. Deveria se chamar "O que estou lendo". Se quiser ler comigo é bem-vindo.


Quem sabe dessa vez eu me cure daquela tarde de sol em que fiquei sozinha deitada na grama com o livro sob o peito abraçada com a Simone de Beauvoir. 



Os encontros serão online. Gratuitos. Duração de 1 hora. Todo segundo sábado do mês às 10h. No dia do evento vou enviar por email o link a todos que estão inscritos na newsletter. Quem quiser ir mesmo sem ler, pode.


Data: 09/11/24

Horário: 10h

Local: online via Meets

Título: Chelsea Girls

Autora: Eileen Myles



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Resumo retirado da página da Editora Todavia:


Eileen Myles nasceu em 1949, nos Estados Unidos. Publicou livros de poesia, jornalismo literário e ficção. Foi bolsista Guggenheim e recebeu o prêmio Shelley da Poetry Society of America e o Lambda Literary Award na categoria ficção lésbica, e foi indicada pela Slate/Whiting Second Novel List.


Dividido em episódios curtos, que transitam entre o humor, a confissão e o drama, CHELSEA GIRLS traça um retrato assombroso de uma vida intimamente ligada à arte. Poeta, performer, romancista e jornalista, Eileen Myles é, nas palavras da escritora Deborah Levy, “a peça perdida para qualquer um que só tenha lido escritores homens da geração beat”. Este romance é ao mesmo tempo um testemunho do caldo cultural que agitou Nova York nos anos 1970 – as festas, os bares, os festivais, a música e a poesia – e um relato de quem ajudou a forjar essa época. Uma crônica moderna de como uma jovem escritora quebrou com as correntes de uma rígida identidade cultural que jamais a definiu.



 
 

Políticas de entrega, retorno e troca:

O Clube de Leitura é uma assinatura continua. No momento da assinatura, inicia a cobrança. Caso você faça a sua assinatura antes de janeiro (data do nosso 1° encontro), não tem problema, pois no final ao completar os 12 meses você cancelar a cobrança. Você pode iniciar a qualquer momento e cancelar a qualquer momento também. Sem multa. Sem taxa. 

Caso você perca algum encontro, o debate ficará gravado para você assistir quando quiser.

Política de Envio, Reembolso e Devolução:

​A assinatura do clube de leitura é um serviço.

Você receberá o convite para participar dos encontros on-line em seu e-mail. 

informações do vendedor (pessoa física):

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326.901.918-14

contato

elis@elisfaustino.com

+55-11-98273-9375

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